05 novembro, 2015

Ferreira Fernandes explica

Vão os semideputados deputar, enfim?
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Temos tido, há muito, um grupo de deputados semiaproveitados. Não que alguém os obrigue. Eles próprios, comunistas e bloquistas, é que se trancaram na semirresponsabilidade. Aquele parlamento, para eles, não era bem o deles. Isto é, eles entravam lá como os outros deputados mas tinham um trauma de infância política: não tinham subido a escadaria de São Bento como quem toma o Palácio de Inverno. Na verdade, a quase totalidade dos semideputados (não digo todos porque pode sempre haver um tolinho) sabia que aquilo de 1917 já está fora do prazo há muito. Mas como também era o trauma que lhes dava alguma graça, deixavam-se estar... Então, o grupo de 20 ou 35 semideputados semideputava e mantinha reféns o quase milhão de portugueses que inocentemente pensava tê-los a deputar a tempo inteiro. Aconteceu, porém e entretanto, uma revolução a sério: porque os semideputados não queriam ser parte duma alternativa, o outro lado pôde desgovernar a toda a brida nos últimos anos. Com o 4 de outubro passado, e a direita outra vez à frente, embora sem maioria, a situação arriscava--se a repetir. O facto deu um sobressalto aos semideputados e pareceu que eles iam ser deputados. Vão? Se fossem materialistas como dizem, sim. O que tem de ser tem muita força. O problema é que com tanto ano a fazer de semi, fica-se menor. É capaz de haver quem de política só faça continhas: nas próximas eleições fica à frente o PC ou o Bloco?

 

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